Centro Preservação e Bens Culturais Fundação Casa de Rui Barbosa - concurso

O pavilhão expositivo, a ser instalado sobre laje existente, procurou um partido de leveza estrutural, com cobertura leve de telhas metálicas e isolamento termo acústico em lã mineral com a carga distribuída em pilaretes metálicos. Um domos com proteção UV em sua cobertura propicia a entrada de luz natural filtrada por um forro translúcido que permite também a distribuição das instalações de climatização e iluminação em sua parte opaca. Por se tratar de um espaço voltado ao público, dedicou-se especial atenção à relação entre o edifício e o espaço público. Devido a necessidade de proteção do material exposto foi descartada uma abertura franca com o exterior. Optou-se pela construção de uma casca de alvenaria que protege o pavilhão da incidência do sol. Tal elemento cria um espaço intermediário de circulação entre a vedação externa e o fechamento de vidro do pavilhão, no qual é possível fruir do espaço expositivo como uma vitrine. Junto à rua foi proposta uma abertura nesta fachada, "janela" pela qual é possível vislumbrar o interior do pavilhão que, além de atrair a atenção do visitante, serve de painel de divulgação dos eventos da Fundação.
O projeto procura qualificar a relação dos edifícios com o passeio público, pensando a arquitetura como forma de potencializar a interface com a cidade. Esta operação é ainda mais significativa considerando-se a situação excepcional da área de projeto: na extremidade de uma rua sem saída e adjacente a um jardim pelo qual é possível realizar a travessia da quadra - da Rua Assunção à Rua São Clemente - abrindo a possibilidade de uma nova significação do espaço da Fundação. Refutando a conformação de ”fundos" do edifício administrativo, o projeto propõe criar uma segunda "frente" ao conjunto, conferindo novo valor ao espaço urbano no qual se insere.






Dessa forma, o edifício foi organizado a partir de dois blocos principais posicionados em função do melhor aproveitamento da área do lote. Estes blocos são protegidos por uma segunda camada de vedação que os envolve completamente criando um espaço intermediário que funciona como uma barreira de ar entre o ambiente externo e os espaços de armazenamento e preservação. Além de garantir uma maior proteção em relação a potenciais danos causados por agentes externos, esta barreira proporciona maior eficiência energética ao edifício ao evitar trocas de calor direta entre os ambientes climatizados e o ambiente externo. Este espaço vazio também abrigará tubulações e encanamentos que terão o acesso facilitado para manutenções e permitirão fácil identificação de problemas nas instalações que podem representar riscos em potencial ao acervo, além de permitir maior flexibilidade de manejo das instalações no caso de eventuais mudanças nos ambientes. Nas faces voltadas para a rua, a vedação externa prevê o uso de blocos de vidro, possibilitando vislumbrar os dois volumes constituídos pelas salas destinadas a abrigar o acervo, reforçando a ideia de proteção de um bem valioso. Brises horizontais protegem da incidência direta do sol. A organização dos espaços internos, posicionados ao redor de uma circulação central, permite uma flexibilidade de ocupação, possibilitando diversas formas de compartimentação das salas em função da necessidade de propiciar diferentes condições climáticas e espaciais em função das características específicas dos materiais armazenados. No primeiro pavimento foi prevista a interligação com o prédio do Edifício Sede para acesso da Sala de Consulta através de uma passarela de estrutura metálica leve, minimizando as intervenções estruturais no edifício existente.


Os espaços de destinados à depósitos e guarda de materiais usualmente são relegados às áreas menos nobres dos edifícios, apartados da vista dos usuários. A proposta para o edifício, destinado à guarda do acervo da Fundação Casa de Rui Barbosa, propõe inverter esta característica propondo, através da arquitetura, a valorização da coleção e das iniciativas voltadas a sua preservação. Dois aspectos centrais balizaram a proposta: 1. Garantir a integridade do acervo, através de uma organização espacial adequada às instalações e recursos técnicos disponíveis destinados à salvaguardar documentos de importância histórica. 2. Ressaltar o valor do acervo e dos espaços destinados à sua preservação através da arquitetura. O edifício deve comunicar a importância do material que guarda em sua diálogo com a sociedade.


/acesse aqui a proposta completa/

local
Rio de Janeiro, RJ
ano
2013
área terreno
890m²
área construída
1.820m²
arquitetura/autores
Mayra Rodrigues e Régis Sugaya